Lisboa, hoje. Um quarto de uma casa na Rua dos Douradores. Um homem inventa sonhos e estabelece teorias sobre eles. A própria matéria dos sonhos torna-se física, palpável, visível. O próprio texto torna-se matéria na sua sonoridade musical. E, diante dos nossos olhos, essa música sentida nos ouvidos, no cérebro e no coração, espalha-se pela rua onde vive, pela cidade que ele ama acima de tudo e pelo mundo inteiro. Filme desassossegado sobre fragmentos de um livro infinito e armadilhado, de uma fulgurância quase demente, mas de genial claridade. O momento solar da criação de Fernando Pessoa. A solidão absoluta e perfeita do Eu, sideral e sem remédio. Deus sou eu! também escreveu Bernardo Soares.
O "Filme do Desassossego", que levou ao cinema o "Livro do Desassossego" de Fernando Pessoa pela mão do realizador João Botelho, foi a terceira produção nacional mais vista nos cinemas em 2010, tendo atingido a marca dos 16 mil espectadores. Ficou apenas atrás de "A Bela e o Paparazzo", de António-Pedro Vasconcelos e "Contraluz", de Fernando Fragata.
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