SOPHIA
Da lusitana antiga fidalguia
um dizer claro e justo e franco
uma concreta e certa geometria
uma estética do branco
debruado de azul.
Sua escrita é de nau e singradura
e há nela o mar o mapa a maravilha.
Sophia lê-se como quem procura
a ilha sempre mais ao sul.
Da lusitana antiga fidalguia
um dizer claro e justo e franco
uma concreta e certa geometria
uma estética do branco
debruado de azul.
Sua escrita é de nau e singradura
e há nela o mar o mapa a maravilha.
Sophia lê-se como quem procura
a ilha sempre mais ao sul.
Manuel Alegre
PARA SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
Vejo-te sempre vertical num apogeu azul
em que celebras as coisas e pronuncias os nomes
com a claridade das cúpulas e das evidências solares
Em ímpetos claros vais figurando o cristal
que dos actos transferes para as palavras límpidas
(…)
És o dia a claridade do dia dominado
e de cimo em declive és o oriente amanhecendo
Frágil é o teu poder? Frágil e perfeitíssimo
(…)
António Ramos Rosa
Na poesia portuguesa e europeia, Sophia é, por certo, um dos poetas que mais perto está da pulsação inicial e mágica da palavra. E por isso a sua poesia, como toda a veradeira e grande poesia, pode ser dita, cantada e até dançada.
Manuel Alegre
(na apresentação de Musa, 12/94)
É dessa aliança entre a misteriosa graça das musas e o exigente rigor de uma ética muito antiga que vive a escrita de Sophia, sempre bem ciente da degradação do "tempo dividido" que nos cabe, mas insistindo em celebrar o que resiste
Fernando Pinto do Amaral
Público, 24/12/94
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