13 de novembro de 2010

Acção de Formação "Literatura para a infância: um choque estético?"

No âmbito do Programa Itinerâncias Culturais 2010 (DGLB) , teve lugar, ontem, na Casa Municipal da Cultura, a acção de formação "Literatura para a infância: um choque estético?" orientada pelos formadores Dr. Rui Veloso e Dra. Leonor Riscado.

Aqui ficam algumas ideias dominantes desta partilha:

  • É através dos livros que as crianças desenvolvem o prazer da leitura e desenvolvem a sua sensibilidade estética. Por isso, os livros devem ser escolhidos segundo critérios de estética literária e plástica. 
  • Não podemos ignorar a necessidade de, desde o berço, iniciar na criança a sua educação estética. Desde os primeiros anos de vida é fundamental educar o gosto da criança, proporcionando-lhe banhos de imagem e de linguagem. 
  • É importante que a criança seja habituada, primeiro pela família e depois pela escola, a contactar com livros diversificados. Estes poderão inicialmente causar estranheza à criança, mas só se a esta forem proporcionadas hipóteses de escolha, pode ser desenvolvido o seu sentido de gosto. Só comparando múltiplos livros de qualidade é que a criança pode apurar o seu gosto. 
  • Educar o sentido do gosto só é possível desde tenra idade. Se a criança contactar desde pequena com uma diversidade e qualidade de livros (sem esquecer a importância das ilustrações), poderá apurar a capacidade de distinguir o belo e tornar-se num ser interventivo, crítico e sensível. 
  • Para isso é necessário tempo, pois o gosto não é imediato, mas se devidamente estimuladas, em casa e na escola, as crianças aprenderão a saborear a leitura. 
  • O leitor não nasce, faz-se; mas o não leitor também. Pais e professores são responsáveis pelo caminho que a criança percorrerá. Pais e professores têm obrigação de dar à criança aquilo de que ela vai gostar, não aquilo de que ela gosta, mas aquilo de que ela ainda não sabe que vai gostar. O grau de exigência tem de ser crescente. Devemos nivelar por cima, para que a criança vá progredindo na leitura.
  • As primeiras experiências de leitura surgem ainda no berço, traduzidas nas rimas infantis, que se dizem ou cantam; mais tarde, os breves contos que lhes narramos continuam a alimentar a estética de recepção ainda incipiente, mas importante para o desenvolvimento cognitivo, linguístico e afectivo da criança.
  • A leitura facilita viagens pelo imaginário, construindo mundos de ficção, que nos fazem crescer em termos humanos e estéticos.
  • A mediação da leitura consiste na construção de pontes entre o livro e o leitor para serem atravessadas sempre que surja o desejo de descoberta do livro e a disponibilidade para o emaravilhamento que este oferece.
  • Neste sentido, todos aqueles que promovem e facilitam o contacto com o livro com potenciais receptores assumem o papel de mediadores.
  • O livro é um excelente suporte de fruição estética e funciona como estímulo à educação estética da criança. O livro, no seu todo, tem de ser uma obra de arte. 
  • Se um livro é uma pequena galeria de arte, então uma Biblioteca Escolar com bons livros ilustrados é um recurso gratuito que deve ser oferecido à criança. 
  • Hoje em dia, as Bibliotecas surgem não apenas como centros de recursos, mas como centros de aprendizagem e está provado que boas bibliotecas escolares promovem o sucesso escolar.



 
 Resumindo:
  • É importante reconhecer a urgência de uma educação estética na formação do leitor e acolher o livro infantil como elemento privilegiado de fruição estética.
  • É fundamental que a criança desenvolva a capacidade de analisar criticamente o texto literário de literatura infantil.
  • Para isso devem ser definidas estratégias para uma adequada mediação de leitura pela família e pela escola.  

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